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Voluntariamente autista, sociável com trouxas, fluência em melancolicês. Não tem dom de se expressar pela fonética, mas ama a escrita mesmo sem saber juntar a multidão de letras que seguem suas células. Apenas uma alma muda na imensidão de vozes.

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quarta-feira, 5 de março de 2014


É noite e as estrelas timidamente uma a uma surgem no céu, estou deitada na relva da alma observando minhas cicatrizes consteladas. Imagino se alguém nesse universo esteja assim indiretamente sincronizado com meus pensamentos, quem sabe estou conversando com alguém a milhas de quilômetros de distância, quem sabe esse alguém está no mesmo caminho dos meus pensamentos. Quem sabe estejamos olhando na mesma direção em espaços diferentes. Eu só sei olhar para o céu e misturar minha alma no meio das névoas. Não sou cientista e só sei falar de alma. É tão boa essa sensação de que alguém possa estar te procurando em meio a pensamentos. Me cansei de estar perdida em olhares desertos, onde está o oásis em forma de olhar, onde está? Onde está esse olhar oceânico, esse olhar cósmico. Sempre tive medo de olhar nos olhos das pessoas, são tão profundos que morria de medo de me afogar, sempre fui uma fugitiva de olhares e ao mesmo tempo sempre quis encontrar o meu próprio olho fora de mim. Às vezes parece que minha alma orbita fora do meu corpo. Estou longe do meu corpo e perto de um universo paralelo em que você possa existir fora dos meus pensamentos. 
Hoje eu só queria deitar na relva da alma molhada pelo orvalho, de braços abertos ao seu lado, sentindo o tênue sereno da sua alma. Apenas estou chovendo em conta-gotas. Gotinhas palavreadas. Eu só quero uma chuva torrencial que me abrigue de novo em meu corpo. Só quero ter forma outra vez. Seria bom saber que alguém nesse universo esteja pensando comigo na mesma linha ou entrelinha. Queria fazer um contato com os seus olhos.